Entre tantos desafios do universo corporativo, um que sempre volta a assombrar gestores de TI e suas equipes é o phishing. Parece antigo, mas a cada ano ele se reinventa e encontra novas vítimas — inclusive em grandes empresas, com times experientes. A sensação de que “isso não vai acontecer aqui” às vezes é tudo o que um criminoso precisa.
O que é phishing?
No cotidiano de grandes e médias empresas, tudo corre em alta velocidade. E-mails, aplicativos, plataformas colaborativas, mensagens que chegam o tempo todo. Sabe quando chega aquele e-mail repentino do “diretor”, pedindo para transferir fundos, alterar uma senha, liberar um acesso? Pois é. Muitas vezes, não é nada inocente ali.
Phishing é um método de fraude digital. Ele tenta enganar usuários para conseguir suas credenciais, informações confidenciais ou mesmo instalar malware — tudo através de uma mensagem aparentemente legítima.
O termo faz referência à palavra inglesa “fishing”, pescar. Só que, nesse caso, o anzol é virtual, e o que está em jogo pode ser a reputação, o caixa e até o funcionamento inteiro de uma empresa.
Às vezes, basta um clique para tudo sair do controle.
Por que empresas brasileiras são alvo fácil?
Empresas brasileiras vivem um paradoxo curioso: usam sistemas avançados, movimentam dados críticos e, mesmo assim, ainda enfrentam dificuldades para criar barreiras digitais sólidas. Muitos líderes não priorizam a informação — acham que controles simples já bastam.
Do outro lado, criminosos digitais conhecem bem essa realidade. Criam ataques ajustados ao contexto local, simulando comunicados bancários, cobranças de fornecedores, comunicados internos e até mensagens do governo. A personalização desses ataques evoluiu tanto que, às vezes, nem especialistas percebem o golpe de imediato.
Os tipos de phishing mais comuns no Brasil
Aqui os golpes seguem algumas tendências. Não existe só um tipo de phishing — há variações, adaptadas para o contexto corporativo brasileiro.
- E-mail phishing clássico: O mais comum, chega via e-mail com aparência legítima, normalmente simulando bancos, provedores de serviços ou membros da própria empresa.
- Spear phishing: Aqui o criminoso pesquisa a rotina, preferências e até projetos em andamento da vítima antes de enviar mensagens altamente personalizadas. Costuma mirar líderes e equipes com acesso a informações sensíveis.
- Whaling: Similar ao spear phishing, mas focado em altos executivos, diretores e tomadores de decisão. O prejuízo potencial costuma ser muito maior.
- Vishing (voice phishing): Ataques por telefone, em que golpistas simulam ser fornecedores, bancos ou setores internos para obter informações confidenciais.
- Smishing (SMS phishing): Enviado por SMS ou aplicativos como WhatsApp, solicita autenticação, renovação de senhas ou acesso a sistemas corporativos usando links fraudulentos.
O phishing vai além do e-mail. Pode acontecer por telefone, SMS e até redes sociais corporativas.
Como identificar tentativas de phishing na prática
Falar é fácil. Já reconhecer um ataque, no calor do momento, exige uma postura atenta. Quer um exemplo?
O caso da equipe de TI apressada
Imagine a seguinte situação: manhã de terça, muitas demandas, algo dá problema no sistema financeiro. Chega uma mensagem do que parece ser o setor de compliance solicitando atualização de senha. Um membro da equipe clica no link, que abre uma página idêntica ao portal corporativo.
Por pouco, não insere sua senha. Só percebe que há algo errado porque o endereço termina em “.net” em vez do habitual “.com.br”. Essa diferença, pequena, pode evitar um desastre. É um detalhe — mas já vi muitas passarem despercebidas.
Aliás, tentar identificar phishing só olhando superficialmente já é meio caminho andado para o erro. Os golpistas investem para que tudo pareça absolutamente real.
Exemplos de sinais de alerta
- Solicitações inesperadas de urgência vinda de supostos chefes ou clientes importantes.
- Erros gramaticais ou de digitação (apesar de hoje, até isso está mais raro).
- Links encurtados ou endereços estranhos, com domínios parecidos, mas não idênticos aos originais.
- Anexos incomuns, principalmente arquivos compactados ou executáveis.
- Remetentes que usam nomes conhecidos, mas com e-mails genéricos (como Gmail ou Hotmail no lugar de domínios corporativos).
Outro truque é a linguagem emocional, tentando criar ansiedade, medo ou pressão para que a ação seja feita imediatamente. A emoção é inimiga do discernimento.
Análise de e-mails e mensagens suspeitas
Antes de clicar ou responder, vale seguir um roteiro prático:
- Confira o endereço do remetente com atenção. Nomes de exibição podem ser facilmente falsificados.
- Passe o mouse sobre links para ver o destino real, sem clicar.
- Verifique o domínio do endereço — digitar diretamente no navegador é mais seguro.
- Desconfie sempre de solicitações atípicas ou urgentes.
- Peça confirmação por outro meio (ex: ligação telefônica direta, mensagem no canal oficial da empresa).
Quando bate a dúvida, o melhor é não agir imediatamente.
Como criar uma cultura interna de prevenção
Nenhuma tecnologia, por mais avançada, substitui o papel das pessoas no combate ao phishing. O que realmente faz diferença é a repetição de boas práticas — até que todo o time aja com naturalidade diante de ameaças.
Treinamento constante
Programas periódicos de conscientização são o primeiro passo. Simulações de ataques (enviando e-mails de teste para times internos), vídeos curtos com exemplos reais e bate-papos informais ajudam a fixar os sinais de alerta.
O treinamento precisa envolver toda a empresa, não só o TI. Financeiro, RH, comercial, diretoria — todos, sem exceção. A Golden Cloud Technology costuma recomendar a abordagem “fale sempre, mostre exemplos, repita lógicas simples”. Acaba sendo isso que fica na cabeça, quando surge o verdadeiro desafio.
Documentação de procedimentos
Bastante útil ter roteiros claros sobre o que fazer diante de mensagens suspeitas. Um procedimento pode ser revisto anualmente, mas o básico precisa estar sempre à mão, de preferência acessível e revisado por quem entende as particularidades da empresa.
- Checklist de análise de e-mails
- Contato direto para reportar incidentes
- Fluxo padrão para checagem e encaminhamento de mensagens
Segurança começa na rotina. Mas depende do hábito de cada um.
Autenticação e verificação reforçada
Mesmo com funcionários bem orientados, um descuido pode escapar. Por isso, métodos de autenticação reforçada ajudam a barrar tentativas que superam as barreiras humanas. Duas boas práticas se destacam:
- Autenticação em dois fatores (2FA): Exige confirmação dupla para acessar sistemas, dificultando o uso de credenciais roubadas via phishing.
- Single Sign-On (SSO) com controles rígidos: Quando bem configurado, reduz a superfície de ataque — basta um erro a menos para o criminoso tropeçar.
Vale lembrar que para empresas que usam Google Workspace, consultorias como a Golden Cloud podem ajudar a parametrizar controles avançados e torná-los acessíveis para equipes grandes, integrando práticas atuais de cibersegurança.
Já para ambientes com SAP HANA ou sistemas críticos, controles específicos para o setor fazem toda a diferença. Em ambientes Edge Computing, como os oferecidos pela Golden Cloud, a localização dos dados e das credenciais também vira barreira extra contra criminosos.
Procedimentos internos de resposta rápida a incidentes
Mesmo quem faz tudo certo pode, um dia, ser alvo de phishing. O mais relevante talvez seja a rapidez e clareza na resposta. Com o tempo, aprendi que o improviso dificilmente funciona bem nesses cenários.
Dicas rápidas para resposta imediata
- Avise o time de TI imediatamente, detalhando o ocorrido (e sem esconder nada).
- Isolar o dispositivo afetado da rede pode evitar propagação de malware ou vazamento de dados.
- Mudar senhas e revogar acessos suspeitos precisa ser feito sem demora.
- Identificar se houve download de anexos — se sim, executar varredura completa (antivírus e análise manual).
- Anotar todas as etapas realizadas e encaminhar para o responsável por cibersegurança.
Rapidez faz a diferença entre resolver um incidente e sofrer uma crise mundial.
Se o incidente escalar, seguir um plano de resposta mais estruturado se torna indispensável. Discuti alguns desses caminhos neste artigo sobre como implementar um plano de recuperação de desastres. Vale dar uma olhada quando o tema avançar para além da prevenção.
Canais de comunicação e transparência
Não existe solução mágica. Cada empresa tem seu jeito de lidar, mas o mínimo é garantir que canais oficiais estejam sempre abertos. O ciclo é: recebeu, identificou, comunicou, respondeu. Transparência é a base da confiança interna.
Como a tecnologia pode ajudar ainda mais
As plataformas de cibersegurança evoluíram bastante. Hoje, filtros avançados identificam e-mails suspeitos, bloqueiam anexos perigosos e detectam padrões estranhos em tempo real. O problema é que, muitas vezes, a configuração não acompanha o ritmo das ameaças.
Infraestruturas em nuvem, como a da Golden Cloud, agregam camadas extras de proteção, segmentando dados e sistemas para limitar danos. Ferramentas que monitoram acessos, mudanças de configuração e tentativas de login suspeitas também ajudam bastante.
Para quem quer montar uma estratégia consistente, recomendo este conteúdo sobre estratégias para mitigar riscos em infraestruturas digitais, que fala direto com os desafios de empresas que lidam diariamente com sistemas críticos.
Dicas para fortalecer a segurança e evitar surpresas
Às vezes, um conjunto de pequenas medidas já reduz severamente o risco. Não precisa reinventar a roda para barrar o phishing — só ser dedicado ao básico.
- Evite usar apenas senhas simples, prefira frases longas ou combinações inusitadas;
- Jamais compartilhe credenciais em aplicativos de mensagem não homologados pela empresa;
- Mantenha atualizações automáticas para sistemas e softwares de segurança;
- Use antivírus atualizado e crie rotinas de varredura semanal, pelo menos;
- Em caso de dúvida, consulte quem entende (TI ou responsável por segurança).
Em ambientes mais rígidos, soluções como Data Lake, Data Warehouse e MLOPS contribuem para monitoramento avançado. Mas nada disso faz milagre se o usuário não for o primeiro filtro.
Se quiser entender melhor a base da proteção digital, sugiro o artigo sobre cibersegurança e tecnologias, que apresenta conceitos úteis para quem deseja tomar melhores decisões.
Outra referência útil aborda estratégias contra ransomware, pois modus operandi de ransomwares frequentemente começa em tentativas de phishing.
O futuro do phishing — e por que ele não vai parar tão cedo
Não há motivo para pânico, mas seria ingênuo supor que o phishing tende a desaparecer em breve. Ao contrário: com o avanço de IA e deepfakes, os ataques continuam mudando, ficando cada vez mais naturais e convincentes.
Talvez o único antídoto continue sendo atenção contínua, cultura de alerta coletivo, tecnologia bem configurada e resposta rápida. E, claro, revisão periódica dos processos, pois é fácil se acomodar quando nada acontece por muito tempo.
Segurança nunca é obra pronta. É sempre um processo em construção.
Nunca espere o golpe chegar para depois agir
Na rotina de TI, não faltam urgências. Mas arrumar a casa depois do prejuízo é sempre mais lento e caro. Se sua empresa precisa reduzir riscos, aumentar a robustez contra phishing e transformar a experiência dos usuários, busque parceiros experientes que cuidam desse tema com seriedade.
A Golden Cloud Technology oferece proteção de ponta a ponta em ambientes de nuvem, edge computing, SAP HANA, Google Workspace, além de soluções de dados e inteligência artificial voltadas para cibersegurança. Invista na prevenção, conheça nossas soluções e converse com nossos especialistas — não espere para agir só quando o problema já estiver batendo à porta.